Reinserção do Bicípite Distal
O que é a reinserção do bicípite distal?
Quando ocorre uma rotura do tendão do bicípite na sua inserção no cotovelo, é possível realizar uma cirurgia para repará-lo ao seu local de inserção original.
Como é feita a reparação do tendão do bicípite distal no cotovelo?
Existem várias técnicas para a reparação do tendão do bicípite distal. Abordagens com apenas uma incisão na região anterior do cotovelo podem ser mais simples e reduzirem o risco de formação de ossificações heterotópicas (restos de detritos ósseos que podem interferir com a mobilidade do cotovelo). No entanto, o acesso ao local de inserção nativo do bicípite pode ser mais difícil e o risco de lesão nervosa é maior. Como alternativa, técnicas com duas incisões utilizam uma abordagem anterior para referenciação do tendão e outra posterior para ter acesso à tuberosidade radial, onde se insere o tendão.
Relativamente aos métodos de fixação do tendão na sua inserção óssea, são habitualmente usados fios de elevada resistência e o ponto de inserção é fixo através de âncoras, sistemas de botão, parafusos ou mesmo túneis transósseos com os próprios fios, sem recurso a outros implantes.
Qual o timing ideal para a reparação do bicípite distal?
Idealmente, estas lesões devem ser reparadas o mais brevemente possível, para evitar a retração e degeneração do tendão, mas um período de 10-14 dias pode ser lícito, sem um agravamento do resultado final. Lesões com mais de 3-4 semanas poderão já ser consideradas crónicas e pouco candidatas a uma reconstrução primária como as lesões mais agudas. No entanto, mesmo em lesões com mais de 4 semanas poderá ser possível mobilizar o tendão até à sua inserção nativa e esperar que possa alongar até ao seu comprimento normal ao longo do tempo.
O que esperar após a reparação do bicípite distal?
A cirurgia de reinserção do bicípite distal pode ser realizada em regime de pernoita ou ambulatório. A duração da cirurgia é de cerca de 1 hora. Após o procedimento, uma tala gessada ou ortótese é normalmente colocada, para evitar a extensão excessiva que condicione a falência da reconstrução. Esta tala poderá ser mantida entre 2 a 4 semanas, dependendo da qualidade do tecido e da tensão obtida intra-operatoriamente. Findo este período, a reabilitação destina-se a recuperar o arco de mobilidade e a força do bicípite nos movimentos de flexão e supinação do cotovelo. O regresso ao trabalho é esperado aos 3-4 meses, e a atividade desportiva é normalmente retomada entre os 4-6 meses.