Luxação Esternoclavicular

O que é a luxação esternoclavicular?

A articulação esternoclavicular faz a ligação do esqueleto axial da caixa torácica ao esqueleto apendicular do membro superior.

O esterno articula com a porção mais medial ou interna da clavícula através de superfícies articulares muito congruentes e reforçadas por fortes ligamentos, o que limita o arco de mobilidade nesta região, em detrimento da grande estabilidade conferida por estas estruturas.

A luxação esternoclavicular ocorre quando há uma disrupção das estruturas ligamentares e a clavícula se desloca em relação ao seu local de articulação com o esterno, podendo desviar-se para a frente (mais comum), ou para trás (mais grave).

Como ocorrem as luxações esternoclaviculares?

Os fortes ligamentos esternoclaviculares conferem uma grande estabilidade a esta articulação, pelo que as luxações ocorrem normalmente após traumatismos de alta energia sobre o membro superior, como acidentes de moto ou desportos de alto impacto. Os jovens adultos são o grupo etário mais atingido, devido ao encerramento mais tardio da cartilagem de crescimento nesta região.

Quais os sintomas após uma luxação esternoclavicular?

A manifestação mais evidente é a deformidade na região esternoclavicular, logo na base do pescoço, sendo mais comum notar-se uma proeminência devido à luxação anterior da clavícula relativamente ao esterno.

Quando a luxação ocorre no sentido posterior, pode haver compressão de estruturas importantes como a traqueia ou os vasos e nervos para o membro superior, com falta de ar, diminuição da força e sensibilidade do braço e da mão, ou alterações da coloração da mão. Estes são sinais de alarme para uma situação mais grave que requer cuidados médicos especializados emergentes.

Quais os tratamentos para a luxação esternoclavicular?

Quando a luxação ocorre para a frente (mais comum), o tratamento conservador de repouso e imobilização iniciais, seguidos de reabilitação durante algumas semanas, garantem bons resultados funcionais e um regresso à atividade prévia sem restrições na maior parte dos casos. A deformidade estética pode ser uma preocupação, apesar de raramente ser necessário proceder a intervenções cirúrgicas para a sua correção.

Nas luxações posteriores, consideradas uma emergência ortopédica, é necessário recolocar a clavícula, através de manobras de redução fechada com o doente anestesiado. É prudente realizar estas manobras com uma equipa de cirurgia torácica disponível, caso haja alguma estrutura lesada, como a traqueia. Raramente, pode ser necessária uma intervenção com cirurgia aberta para reposicionar a clavícula e estabilizá-la.